Por Nelson Farias
A
mudança não pode ser uma continuidade modificada; um remendo; um quebra galho.
Estes expedientes são meros paliativos e não nos recupera do sofrimento mental
e emocional.
É muito fácil criar, aleatoriamente, padrões de comportamentos, o difícil é pensar em profundidade nos conflitos emocionais que vão aflorando e perceber com clareza o problema deles decorrentes. Na maioria das vezes, ficamos obsessivamente concentrados na busca de sua solução, e não no problema em si, ou seja, ficamos buscando respostas, sem nos concentrarmos, realmente, no cerne da questão que nos aflige. É da mais alta importância compreender o processo psicológico envolvido no problema. No momento, perceber as emoções que estão se manifestando, é muito mais importante do que preocupação com o problema que está em curso e que costuma ser de certa complexidade, faremos nascer à solução. O que nos cabe fazer é estudar de forma inteligente e sabiamente o processo, e perceber as suas causas, que, sem dúvida nenhuma, não estão nas circunstâncias exteriores, mas em nós mesmos e promover a mudança condizente. De uma maneira geral o problema, como foi dito, somos nós mesmos.
A grande dificuldade, no caso, é que ninguém nos pode ajudar a compreender o que se passa conosco há não ser nós mesmos. O problema não existe independente do processo individual que lhe deu origem. Esta é a primeira verdade que se deve compreender. Em decorrência cabe-nos promover uma radical transformação de antigos conceitos e trocar de hábitos individuais obsoletos.
Quando há verdadeira intenção de nos conhecermos como, realmente somos, evidentemente, o conhecimento e as experiências alheias nada representam para seu caso específico e às suas tendências negativas, necessito saber o que sou, e não o que os outros são, ou acham que eu deveria ser. Um “eu” hipotético fruto de racionalizações nada representam. Temos que nos estudar a nós mesmos, independentemente, das opiniões alheias, por melhores que sejam. Só assim estreamos em condições de analisar, todo processo de cada pensamento e de cada emoção presentes em nós, assim começar a compreendê-los. Para verificar se sou algo mais do que um simples produto de influências ambientais, preciso primeiramente, liberta-me das influências que me rodeiam. Se a mente está absorvida pelas influências externas, ela não pode ir além; não pode perceber ou descobrir suas riquezas internas. Só podemos perceber a verdade da vida, desvencilhando-nos dos preconceitos, crenças, ou de outras ideias preconcebidas. Espera-se que todos percebamos o alcance e a importância desta verdade.
Ninguém tem acesso à sua compreensão através de outrem; porque a compreensão; a verdade referente a qualquer questão, só pode ser investigada examinada e sentida pela própria pessoa. Cada qual tem de examiná-la, com muita atenção, por si mesmo. Não se trata do caso de simplesmente aceitá-la ou rejeitá-la, mas de examiná-la em profundidade e isso requer muita energia, compreensão e amor.
Energia é força organizada, equilibrada, e poucas pessoas se esforçam em desenvolvê-la. Não é fácil aceitar essa realidade. Precisamos desenvolver tal energia que transformará as estruturas do nosso viver, pensar e sentir.
E, para nos beneficiarmos dessa energia, temos de nos conscientizar da inércia à qual tão ocultamente todos nós nos entregamos, ou seja, da falta de energia intrínseca, inerente a todo ser humano. Não estamos nos referindo à preguiça e sim à inércia em que mergulhamos, quando nossa mente está embolada e ficamos remoendo pensamentos negativos, isto é, referimos-nos a falta de energia para atuar, tão profunda e sutilmente oculta em nós, a inércia, resultante do acúmulo de ações não realizadas.
Adquirir
uma técnica pessoal para frustrar tal processo doentio requer tempo e dedicação
e muito amor à vida, a uma vida prazerosa e que vale apena se vivida, apesar de
todas as dificuldades a ela inerentes e, sobretudo, devido a essas próprias
dificuldades que passarão a funcionar como molas propulsoras de nosso dinamismo
adormecido. Requer, também, tentativas experimentais, constantes, no sentido de
se tentar desobstruir a mente de seus conflitos para se perceber o desenrolar
de todo o processo. É de vital importância livrarmo-nos do medo e da
insegurança, já que estes favorecem a inércia, mesmo que aparentemente nos
mostremos razoavelmente ativos. Isto se passa com todos nós a toda hora. Todo o
nosso pensar medroso estimula a inércia. Trata-se de um processo psicológico de
que nos podemos dar conta a todo o momento.
Que fazer? Como podemos vencer a inércia? Em primeiro lugar, temos que estar conscientes dela. Não basta racionalizarmos esse fato, pois isso em nada nos ajudará. Ao perceber esse estado a mente poderá passar a um novo esquema através de conceitos, conhecimentos próprios e de novas informações adquiridas por experiências próprias. Essa nova visão constitui uma tomada de consciência para a ação. Meditemos pacientemente esse processo e deixemos fluir a solução projetada por nossa mente da qual participam naturalmente, o cérebro e, também, o corpo. Nesse contexto a mente mantém-se serena e silenciosa. Trata-se de um novo estado de consciência, em que não há sombras de dúvidas; em que tudo fica claro e evidente (clarividência). Desse processo nasce uma ação, totalmente diferente e livre de conflitos, confusões, perturbações... Funcionando agora no mundo do conhecido, a mente passa com que por uma mutação. Nasce uma nova mente. Este processo não é assim fantasticamente difícil como parece ser, basta que abandonemos as velhas ideias; os velhos hábitos doentios. Ao despertar-se para a clarividência, ocorre, pois, uma ação totalmente diversa da elaboração antiga. A mente torna-se vigorosa, fecunda, jovem, forte e sadia.
Quem quer que deseje descobrir uma vida nova, uma nova maneira de viver, deve investigar, pesquisar, aprender esse poder de renascer, que torna a mente sobremodo alerta sem pontos obscuros e sem compulsões doentias. Desabrochar-se uma ação inerente à própria pessoa: Energia Espiritual. A partir de então, a vida, o viver de cada dia, provém dessa Energia e não da inércia. Essa é uma mutação que qualquer pessoa pode alcançar. De outra forma prosseguirá numa existência sem outro significado, que não seja o sofrimento, aflição, o descontrole e a infelicidade.
Eu, diria que todo Ser racional neste universo possui o direito de pensar, sentir, agir, falar, de se ferir e se curar! Essas responsabilidades são essencialmente de cada um e intransferíveis... graças ao nosso Bom Deus. São oportunidades previstas pela mecânica universal e divina! Bem-Aventurados os Aflitos, companheiros de AaZ!!!
ResponderExcluirO desânimo é um erro: Deus vos recusa consolações se vos falta coragem. A prece é um sustentáculo para a alma, mas não é suficiente, é preciso que ela seja apoiada sobre uma fé viva na vontade de Deus.
ResponderExcluir— Mas como reconhecer a vontade de Deus?
Vou deixar uma única dica pra iniciar o processo de reconhecimento desta vontade: Honestidade. (3º Passo)
— Como?
— Eh isso aí meu irmão, seja honesto!