General Service Conference held in New York City in April, 1965 |
Este tipo ou modalidade de reunião consta como primeira sugestão do livreto “O Grupo de A.A.... Onde tudo começa”. Para nossas reuniões nos grupos, o livreto afirma sendo essa a modalidade mais comum, por mais incrível que possa parecer!
Como funcionam as Reuniões de Alcoólicos Anônimos
As nossas vêm se
dando da seguinte maneira: utilizamos o livro Alcoólicos Anônimos (o Livro Grande,
nosso texto básico) na identificação de nossas próprias histórias com as
experiências e afirmativas do livro. Essa reunião acontece toda sexta-feira, às
19h00. Nas quartas-feiras no mesmo horário, os debates se dão a partir do
estudo das doze tradições de A.A. Nessa reunião, tentamos consolidar o
entendimento e o aprofundamento das ideias sugeridas de como nos relacionar em
grupo ou fora dele. Inclusive, esse estudo já nos trouxe alguns resultados
positivos em nossa consciência coletiva, tais como; a extinção dos rituais de
ingresso para novos membros, a necessidade do anonimato em nossas intenções e
ações; a formação de um Comitê Trabalhando com Outros (equipe) no grupo; maior
compreensão dos nossos direitos e responsabilidades, e muito mais...
Quanto à reunião
das segundas-feiras, também às 19h00, é dedicada ao método sugerido a
todo e qualquer candidato à recuperação: os Doze Passos. Aqui esmiuçamos
ideias, intenções, comportamentos, esclarecimentos e experiências, como
proceder na materialização em nossas vidas a proposta de recuperação de A.A.
Desmistificando a impossibilidade de sua prática ou a falsa ideia de que seja
algo só para santos, e sim um método para indivíduos desejosos por
maturidade e consciência, através de muito esforço e trabalho pessoal.
A regularidade
dessas reuniões verifica-se a princípio o poder atrativo e contagiante da
modalidade e dos nossos textos. Elas têm um caráter muito próximo ao nosso,
anárquico e informal, porém sério e responsável, a verdadeira liberdade que
Alcoólicos Anônimos nos propõem. Para mim, é a velha utopia, aquela mesma
verificada na cozinha de Bill W. com seu companheiro e amigo Ebby: uma
Sociedade fraterna, consciente e madura.
Alcoólicos Anônimos e o futuro de A.A.
Os novos tempos já
foram anunciados por nosso co-fundador em 1955 e agora, só por agora, estão
diante de nossas portas e nossas cabeças. O que fazer? Estarão as respostas
dentro de nossos livros? Quando abriremos os nossos livros verdadeiramente? É
apenas um dever? É por isso que o grupo vem viabilizando a 5ª Tradição também
desta maneira. Procuramos ser cautelosos quanto às resistências, atuando pelo
convencimento e persuasão de forma amorosa, tarefa bem difícil, mas necessária.
Os mediadores dessas reuniões se fazem presentes, por dever ao serviço, como
participantes nas reuniões dos outros mediadores. São presenças garantidas nas
reuniões desta ordem, onde são lidos pequenos trechos dos textos, até que
componham uma ideia. É aí que o mediador ou um dos participantes provoca o
debate. A palavra é franca e livre o tempo todo, não nos opomos ao direito no
uso da palavra, se um companheiro desejar falar do cachorro morto do vizinho,
será ouvido com amor e respeito. Mas, logo em seguida retomamos o assunto que
nos atrai àquela reunião.
Algumas vezes, uma
única palavra inserida em nossos textos garante até duas horas de discussão.
Não nos preocupamos com metas de conclusão e nem tempo previsto para cada um
dos capítulos, tradições ou passos. É permitido, discordar, fomentar, divergir,
esclarecer, perguntar, opinar, interromper, pegar um gancho... Na verdade, é um
bate-papo em que às vezes os ânimos se exaltam, então novamente o mediador
entra para intervir com bom senso e firmeza no rumo da prosa. Tentamos também
evitar conversas paralelas nas reuniões, se alguém fala paralelamente o
mediador conduz para que esse assunto ou comentário venha à roda de discussão,
já que o formato na arrumação das cadeiras é o californiano, quero dizer,
circular.
Não há espaço para
melindres ou disputas de pontos de vistas pessoais, um bom entendimento,
seguido de excelente argumento, sempre fundamentado em nossos textos, é sempre
vencedor (empurramos a responsabilidade sempre para Bill W., foi ele que disse
isso ou aquilo, não sou eu quem está dizendo, e sim o livro é quem está
afirmando). É assim que os textos passam a ter vida em nossas almas, trazendo
consciência e liberdade.
De minha parte,
estou convencido que essa é uma maneira franca, livre e honesta para se tratar
as ideias de A.A. e de estimular nossa recuperação individual e coletiva, chega
de meias verdades e de tratarmos os assuntos de A.A. na superficialidade,
afinal, A.A. não é para os sadios, mas sim para os aflitos. Há um contingente
de alcoólatras desejosos por uma saída e sabemos que há solução, façamos a
nossa parte sem exigir nada de quem quer que seja. Nós de A.A. só temos a oferecer
e isso é AMOR! Abracemos os nossos defeitos e causa, é assim que funciona.
A descrição acima
não é um modelo, e sim a experiência de nosso grupo. E faço questão de deixar
aqui um convite a todos para essas reuniões, já que são reuniões abertas. Sede todos
muito bem-vindos!
Agradeço desde já
oportunidade.
Mais vinte quatro
horas.
“Nossa Sociedade
irá, portanto, ater-se prudentemente à sua única finalidade: transmitir a
mensagem ao alcoólico que ainda sofre. Vamos resistir à presunçosa suposição de
que, só porque Deus nos possibilitou sairmos nos bem em uma área de atuação,
estaríamos destinados a ser um canal dispensador da graça salvadora para todo mundo.
” Bill W., co-fundador de A.A., 1955
Excelente iniciativa!!
ResponderExcluirExiste um grande preconceito dentro da própria Irmandade de Alcoólicos Anônimos em relação às reuniões de literatura conforme o relato abaixo:
ResponderExcluir"...Eu nao vou a reuniões de passos e tradições pois não são interativas , é sempre um só falando igual professor, só vi no Grupo L uma reunião assim TÃO participativa, e na última palestra da companheira C., que falou dos 12 passos, interagindo, foi maravilhoso. E sem contar que parece que há uma divisão, os companheiros que vao na reunião de passos nao vao nas de partilha, a mairia se acha superior e nao interage com os outros companheiros. Vejo tambem a questão social, quando chega um falido ninguém apadrinha, e se chega um com carrão pegam até no colo, pode recair mil vezes que a linguagem é do amor, mais o pobrezinho se recair é a linguagem da maldade. às reuniões de literatura em outros grupos de nossa irmandade..."
A opinião da companheira anônima acima expõe uma dura realidade que lamentavelmente acontece em muitos grupos de Alcoólicos Anônimos.
O preconceito é tão grande que a companheira desconhece que no próprio grupo que ela frequenta existe o tipo de reunião que ela tanto idealiza.
Por isso, carinhosamente respondi à ela:
"...Fica aqui um convite para a senhora conhecer as reuniões de literatura do Grupo I. De AA.
Não existe nada mais interativo nesse grupo do que as reuniões de literatura.
As reuniões possuem o formato californiano, que aproxima todos fisicamente, tirando a impressão de que existe um professor.
A palavra é franqueada, sem ordem de chamada e todos falam quantas vezes quiserem.
O formato de DEBATE, que não é discussão ou bate boca, permite que cada um dê sua opinião, e na divergência dessas opiniões, alguém leve uma nova informação pra sua reflexão em casa.
É dada a liberdade pra todos os participantes falarem o que quiserem.
Quando um companheiro chega "abafado", ou seja, com problemas pessoais é imediatamente acolhido e ouvido cuidadosamente.
Como toda reunião de Alcoólicos Anônimos, certamente alguns companheiros trazem uma palavra de conforto pra esse companheiro.
Hoje, quando chega um ingressante durante uma reunião de literatura, ele é acolhido amorosamente e ouve as mais variadas informações BÁSICAS de Alcoólicos Anônimos e também a história e experiência particular de cada um, exaustivamente. Os companheiros não se limitam a 10 minutos pra falar. Expõem suas mensagens e opiniões diversas vezes, enriquecendo o ingressante das mais variadas informações.
Por essa fartura de informações e por esse formato, acredito particularmente que as reuniões de literatura do Grupo I. de AA é o melhor lugar para o acolhimento de um ingressante.
É óbvio que, como toda reunião de Alcoólicos Anônimos, essa reunião também é passível de alguma intempérie, mas isso é cada vez mais raro nas reuniões de literatura desse grupo.
Lamentavelmente existe um grande preconceito com as reuniões de literatura.
Eu agradeço a Deus, por estar alcançando a cada dia, as 12 Promessas de Alcoólicos Anônimos através dessas Reuniões de Literatura do Grupo I de AA.
Então, companheira S., fica aqui um convite, para você participar das reuniões de literatura do Grupo I de AA que acontecem às segundas e quartas feiras às 19:00hs.
Um forte abraço e que nosso Deus Amantíssimo nos conceda infinitas 24 horas.